domingo, 30 de maio de 2010

Será que preciso de usar Euróculos?

Boas madrugadas a todos/as

Ao que parece, foi hoje (teorica e tecnicamente foi ontem) a final do Festival Eurovisão da Canção. Penso não estar a dizer nenhuma asneira se disser que grande parte do povo só dá por isso enquanto faz zapping no intervalo da novela. Mas isto nem sempre foi assim, e não vão muito longe esses tempos em que praticamente toda a gente, quer fossem jovens quer fossem já pré-idosos (xD), conhecia (e continua a conhecer) músicas como a Lusitana Paixão (Eurovisão 91), a Chamar a Música (Eurovisão 94) ou mesmo a Amor d'Água Fresca (Eurovisão 92). Isto sem falar nas músicas que ficaram gravadas na memória do povo, tais como a Desfolhada Portuguesa (Eurovisão 69), a Ele e Ela (Eurovisão 66), Uma Flor De Verde Pinho (Eurovisão 76), Playback (Eurovisão 81), e etc.

Então, o que mudou?

Principalmente os cantores. Enquanto que toda a gente conhece a Simone de Oliveira, o Fernando Tordo, o Carlos Paião, as Doce e o Carlos do Carmo, eu gostava de saber quem raio são os MTM, os 2B, a Sabrina, o Rui Bandeira, os Flor-de-Liz e a Celia Lawson. Por muito que possa não ser fundamental para ganhar (que não o é), é fundamental para fazer com que a malta se importe mais um bocado. Consequência desse aumento de interesse será o aumento de audiências e o aumento da exposição do cantor/banda perante o público. Isso fará certamente com que o interesse pela vitória no Festival da Canção aumente e respectivamente a qualidade da música. E assim sucessivamente. Sairiam os artistas a ganhar e, porventura, sairia Portugal.

Outra coisa que, só por mero acaso, pode também ter a ver é o facto de Portugal ser muito limitado musicalmente. Na verdade essas limitações são puras ilusões, pois existem boas bandas portuguesas nos mais variados géneros musicais, mas mais uma vez penso que não estarei a dizer nenhuma bacorada se afirmar que para a maioria do português os géneros musicais se dividem em Pimba, Rádio, Fado, Xutos e Barulho (aka o Resto). Ainda houve uma altura em que também conheciam outro género chamado Rock, mas penso que está reduzido a Xutos. Está também a aparecer um novo género chamado Morangos. E onde é que eu quero chegar com esta conversa, precisamente ao facto de as músicas recentes (pelo menos as que me lembro) estarem sempre fora do contexto e, como tal, tornam-se em algo que não só Portugal ignora como também não diz nada ao resto da Europa. Esta espécie de música calminha em tons de fado (que não é uma coisa nem outra) em que a cantora faz por gritar o mais possível. Num tom mais pessoal, gostaria também de ver músicas cantadas em inglês. Sim, eu sei que é pedir demais a este povo tão patriota nas vitórias, mas a verdade é que a actuação é para a Europa e não exclusivamente para os Portugueses.

Para terminar, parabéns à Alemanha pela vitória mais que merecida. Assim que acabou a música comentei logo "Olha, esta vai ganhar..."