Olímpico

Pois é. Mais um ano passou e passou também mais uma edição dos Jogos Olímpicos. Desta feita, os Jogos foram organizados pela China, e diga-se de passagem, acho que se pode fazer um balanço positivo desta edição, apesar de todas as polémicas por detrás do (des)respeito dos Direitos Humanos por parte da China. Como sempre, cada país depositou nos seus atletas a enorme esperança de que trouxessem para casa o maior (se é que trariam alguma) número de medalhas olímpicas possível. Este ano, o “pódio das medalhas” foi para a China, os Estados Unidos e a Rússia. Apesar de contar com um maior número de medalhas do que a China, os Estados Unidos registaram menos medalhas de ouro, arrecadando 36, contra 51 da China. O total de medalhas destes três países foi 100 para a para China, 110 para os Estados Unidos e 72 para a Rússia. Portugal ficou-se pelas 2 medalhas (uma de prata, conquistada por Vanessa Fernandes no Triatlo, e uma de ouro, ganha por Nélson Évora no Triplo Salto) e 7 diplomas olímpicos. Não é um mau resultado. Duas medalhas olímpicas, são e serão sempre duas medalhas olímpicas, mas torna-se claro que não cobrem os objectivos (mal) traçados pelo Comité Olímpico Português para estes Jogos Olímpicos. No entanto, aquilo que mais me espantou (e não fui a único a reparar) foram as declarações de alguns dos atletas olímpicos portugueses, depois das suas provas. Num artigo que vinha no Diário de Notícias de 20 de Agosto, João Miguel Tavares escreveu:

“SE AS DESCULPAS DESSEM MEDALHAS

Por cada Francis Obikwelu que assume humildemente os seus falhanços, há trinta portugueses que arranjam as mais bizarras justificações para as suas (pobres) performances nos Jogos Olímpicos. Por isso, aqui ficam os portugueses medalhados na categoria de Melhor Desculpa. Medalha de bronze para Marco Fortes, que justificou os maus resultados no lançamento do peso com a hora madrugadora a que foi obrigado a actuar. “De manhã só é bom na caminha, pelo menos para mim.” No dia em que os Jogos Olímpicos se disputarem às quatro da manhã no Bairro Alto, não haverá quem chegue aos seus calcanhares. Medalha de prata ex aequo para Miguel Ralão Duarte e a sua égua Oxallys da Meia Lua, que abandonaram a prova de dressage porque o animal “demonstrou receio do ecrã”. “Quando entrei no recinto, percebi logo que a égua estava com medo e preferi desistir.” Tivesse havido orçamento para estagiar na Broadway e nada daquilo teria acontecido. Finalmente, medalha de ouro para Marco Vasconcelos, que soçobrou no badminton com a seguinte desculpa: “Não me adaptei àquele lado do pavilhão. Havia ali um pouco de vento.” Em Pequim, até o ar condicionado conspirou contra Portugal. Palmas para os nossos heróis.”

E se isto não bastasse, aqui temos mais algumas desculpas (minimamente) estapafúrdias por parte de alguns atletas portugueses:

Já agora, aqui ficam, para quem quiser ver em detalhe, as declarações de Marco Fortes, que foram (para mim) as que mais me chocaram: ( o.O’ )Assim, resta-nos esperar por Londres 2012 e esperar também, que os nossos atletas ganhem um pouco de bom senso. Errar é humano e nem todos somos tão capazes como alguns o são, mas saber admiti-lo, é meio caminho andado para mostrarmos que somos bons, mesmo quando não conseguimos ser os melhores.

PS.: Marco Fortes deu uma entrevista, também ao Diário de Notícias, dizendo que lamenta as declarações que fez, mas que acha que ninguém o entendeu como ele pretendia ser entendido. Talvez concorde, sim senhor =p

Vcy athen!